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Alvos da Operação Collector, deflagrada pela Polícia Federal e pela Receita Federal, usavam de violência para cobrar devedores da Máfia do Cigarro radicada no Cone Sul de Mato Grosso do Sul, na faixa de fronteira com o Paraguai. Há anos, a organização criminosa fornece cigarro paraguaio para as grandes cidades brasileiras.
Nesta quarta-feira, foram cumpridos 21 mandados de busca e apreensão, 21 ordens de sequestro e suspensão de atividade de seis empresas, em Naviraí, Caarapó, Itaquiraí e Mundo Novo. Segundo a Receita Federal, que integra a operação, houve mandado também em São Paulo (SP).
Os alvos da Collector integram organização criminosa especializada na lavagem de capitais oriundos do contrabando de cigarros e de outros crimes fronteiriços. As investigações mostraram que foram constituídos dois grupos distintos, mas interligados, “cada qual com clara especialização e ramo de atuação próprio'.
O primeiro era responsável pela cobrança de dinheiro obtido na venda do cigarro contrabandeado. Esse grupo ficava incumbido de coletar dos “clientes' dos contrabandistas os valores correspondentes aos cigarros vendidos.
O pagamento tinha de ser feito em dinheiro, veículos ou imóveis e se fosse preciso, agia com violência para cumprir a missão. Se a cobrança fosse bem sucedida, o grupo ficava com 20% a título de comissão.
De acordo com a Receita Federal, o segundo grupo era responsável por fornecer veículos para utilização dos cobradores, bem como vender outros automóveis que a organização recebia como pagamento pelo cigarro fornecido.
Ao analisar dados fiscais e bancários acessados com autorização da Justiça, os investigadores descobriram que familiares e funcionários de revendedora de automóveis, além de outros “laranjas', foram utilizados para blindar o patrimônio e ocultar os reais beneficiários das atividades ilícitas.
“No montante de centenas de milhões de reais analisado, foi identificada a circulação de valores incompatíveis com a capacidade financeira dos titulares dessas contas bancárias. Essas pessoas, apesar de residentes nas cidades localizadas na fronteira com o Paraguai, receberam valores de diferentes regiões do país, sem qualquer contrapartida fiscal', informou a Receita Federal.