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Considerada pelos bombeiros o "pior dia do ano" em relação a incêndios registrados na Capital, a última sexta-feira (18) teve chamados de todas as regiões da cidade. Foram ao menos seis registros noticiados pelo Campo Grande News com relatos de moradores impressionados com tanto fogo. A chuva do fim de semana ajudou a afastar os chamados, mas segundo o tenente-coronel Antônio Cézar Pereira da Silva, a preocupação continua e o principal culpado é o ser humano.
Conforme informação do portal Bdqueimadas, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Campo Grande teve 50 focos de incêndio desde o dia 21 de junho, quando começou o inverno. A estação é o período mais seco e crítico do ano em relação às queimadas.
No mesmo período da comparação, a estação do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) registrou apenas quatro dias com volume de chuva na Capital. Choveu no dia 13 de junho; 13, 20 e 21 de agosto.
Enquanto isso, o índice de umidade relativa do ar médio ficou em 52,8%. O valor é menor que o recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) para o ser humano, que é de 60%.
O bombeiro Antônio destacou que, no contexto urbano, a vegetação alta e o descaso por ação humana são determinantes para o alto número de queimadas. "A maioria das vezes envolve a limpeza de terreno. O pessoal limpa, junta o mato e ateia fogo. Como o tempo está seco e a umidade baixa, o fogo se alastra e perde controle".
Porém, há situações em que o terreno baldio ou a área não tem a manutenção e capinagem suficiente. Esse lugar também é crítico para ser protagonista de um foco de queimada urbana. O tenente esclareceu que o cenário mais crítico em Campo Grande é observado na região sul, que abarca o Aero Rancho, Universitário e Moreninha. "Porém, a cidade em geral queima muito".
Detalhando mais o procedimento na sexta-feira, o tenente disse que as equipes não conseguiram atender todas as ocorrências. "Teve que ficar alguns pedidos em lista de espera, porque é as nossas viaturas não conseguiam apagar tudo, é demorado. Sexta-feira foi o dia que o pessoal trabalhou em ocorrência uma atrás da outra".
"O incêndio coloca em risco à saúde das pessoas, devido a fumaça e fuligem. Coloca em risco casas, depósitos e terrenos. Quando o tempo está seco e com baixa umidade, o fogo se espalha mais rápido", alegou o tenente.
Ele disse que o Corpo de Bombeiros não precisou atender pessoas que sofreram com a fumaça ou efeitos de incêndio. "Houve alguns relatos, precisamos só fazer os combates das chamas".
Rodovia e zona rural - O tenente também explicou a situação sobre os incêndios em vegetação. Antônio Cézar disse que é muito perigoso especialmente às margens de rodovias.
"Recomendamos que o motorista que se depare nessa situação não tente ultrapassar no meio da fumaça. Dentro da nuvem, ele perde toda a orientação. A fumaça é muito densa. Muitas vezes há uma parada brusca, que gera acidentes. Não se sabe o quanto de fumaça tem, se serão 10, 15, 200 metros ou 1 km".
A orientação tanto para incêndios na zona urbana quanto na zona rural é para que o Corpo de Bombeiros seja acionado via 193. Vale destacar que este é o único canal disponível para envio de ocorrências. Para os motoristas, deve parar antes de entrar na nuvem de fumaça. Caso entre, diminua a velocidade e não utilize farol alto.
Além disso, ele informou que o Corpo de Bombeiros do Estado fez orientações para moradores de áreas afastadas na zona rural. "Em várias propriedades, os moradores são orientados como abordar previamente o fogo e às vezes nem é necessário o chamado".
Equipe - Mato Grosso do Sul tem cerca de 1.600 militares. Para Antônio e na avaliação do comando, a equipe é mais que suficiente. Nos próximos meses, devem entrar mais cerca de 250 militares para compor a instituição.
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