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Palco de acidentes constantes, a maioria das vítimas sendo motociclistas, a Avenida Bandeirantes, em Campo Grande, é coleciona histórias trágicas. Na última semana, dois homens morreram e um está em estado grave na Santa Casa após colisão na via, em intervalo menor que 7 dias.
Os dois casos aconteceram no mesmo trecho, entre as Ruas Itália e José Paes de Farias. Com a situação cada vez mais frequente, quem trabalha na região se questiona: quantas outras pessoas precisarão perder suas vidas para que algo efetivo seja feito?
Esta é a principal preocupação de Elisangela Hora, diretora de uma escola particular localizada na Avenida Bandeirantes, por exemplo. À reportagem ela explica que até 2020, bem em frente ao portão principal da escola, havia um quebra-molas. Embora não fosse a melhor das soluções, ele garantia que os condutores de veículos reduzissem a velocidade, propiciando segurança a todos durante travessia da via, principalmente de pais e alunos.
No entanto, desde que o obstáculo foi removido para continuidade das obras do corredor de ônibus na avenida, o número de acidentes disparou, visto que a via se tornou “uma pista de corrida”.
Assim que o quebra-molas foi removido, percebendo que ninguém respeitava a velocidade máxima da via, que é de 50 km/h, Elisângela entrou num imbróglio, encaminhando diversas solicitações para a Agetran. O pedido inicial era de que a Agência instalasse um obstáculo novamente, dessa vez, uma faixa elevada para travessia de pedestres, um direito garantido em lei.
Isso porque, conforme a Lei Municipal n° 5.024 de 22 de dezembro de 2011, “a Agetran é obrigada a disponibilizar faixas elevadas de pedestres em frente às escolas públicas e privadas do município” e que “a prioridade de instalação e colocação será para as instituições de ensino com maior número de crianças, que apresentem riscos aos pedestres, por conta do fluxo maior de veículos”.
No entanto, a resposta que recebeu foi de que, por uma questão de mobilidade urbana, nada que implique como obstáculo pode ser instalado na via. A solução, então, seria estabelecer uma sinalização horizontal e vertical de velocidade máxima de 30 km/h no perímetro da escola. É claro que a medida não surtiu efeito. Basta o semáforo abrir que todos os condutores cortam a via muito acima da velocidade.
“Acontece que eles vêm correndo muito, nem observam que aqui na frente muda de 50 km/h para 30 km/h. Outro problema é que nesta quadra, ali pra frente, tem um terminal. Não existe sinalização indicando esse obstáculo. Quando os condutores chegam lá na frente, se deparam com a obra e desviam em alta velocidade. Quem vem atrás não tem tempo para desviar ou reduzir, é então que ocorrem os acidentes”, explica.