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O ex-secretário de obras de Terenos, Isaac Cardoso Bisneto, teve pedido de liberdade negado na Justiça. A decisão do colegiado 3ª Câmara Criminal (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) foi publicada no Diário da Justiça desta terça-feira (10).
Ele está preso desde o dia 13 de agosto, acusado de corrupção por fraude em licitações na prefeitura administrada por Henrique Budke (PSDB) – reeleito prefeito do município que fica a 31km de Campo Grande.
Para a decisão, entre outros motivos, o colegiado levou em conta que a posição de Isaac na articulação das fraudes e sua influência no poder público demonstra elevado grau de periculosidade do acusado.
Além disso, mesmo após exonerado do cargo de Secretário de Obras, apenas cessou as atividades após ser preso. O mandado de prisão foi assinado pelo juiz Valter Tadeu Carvalho, de Terenos. Vale lembrar que Isaac teve outros pedidos negados pela Justiça.
Porém, o advogado Benedicto Arthur de Figueiredo Neto alegou, em ocasião anterior, que a resolução do TJMS determina que decisões devem ser apreciadas por uma das seis Varas Criminais de Campo Grande. Portanto, a prisão teria sido decretada por um juiz incompetente.
“O que dá a entender? Que tinham informação privilegiada, sabiam que iam vir, por isso pediu exoneração”, dispara o vereador Clayton Cleone Melo Welter (PP) sobre saída do secretário de obras do município, Isaac Cardoso Bisneto. Segundo Caco, que é 1º secretário da Câmara, Isaac saiu dez dias antes da Operação Velatus, que revelou esquema de corrupção durante a gestão do PSDB em Terenos.
Consta no Diário Oficial do município, do dia 2 de agosto, exoneração a pedido do secretário. O prefeito Henrique Wancura Budke (PSDB) assinou a exoneração. O cargo do primeiro escalão da gestão tucana é uma nomeação política e considerado de confiança do prefeito.
Na época, o Jornal Midiamax questionou o Gaeco sobre o possível vazamento de informações e se as denúncias seriam investigadas. Contudo, não houve retorno.
Em 12 de agosto, Isaac foi acionado por um homem, que alegou falta de resposta de Katiane. Em seguida, encaminhou três documentos: boletim de medição, resumo do empreendimento e relatório de execução de serviços.
Para a promotoria, os documentos evidenciam que eles “trataram de assuntos relacionados à pasta da Secretaria de Obras do município de Terenos”.
Após, Isaac disse ainda que tentaria ir à Prefeitura de Terenos ‘para falar’. As mensagens foram trocadas em 12 de agosto, um dia antes da operação.
Ou seja, Isaac pretendia visitar o Executivo em 13 de agosto — dia da operação e prisão dele. “A resposta de Isaac Cardoso Bisneto evidencia que o investigado permanecia atuando junto à Secretaria de Obras”, apontou a promotoria.
Além disso, a promotoria anexou trechos de conversas de Isaac com outro investigado na operação. Em conversa com Sansão Inácio, Isaac foi solicitado na secretaria para resolver questões da pasta.
Já em conversa com Katiane, “a servidora em questão solicita, em diferentes oportunidades, a assinatura e o comparecimento do investigado”, apontou a promotoria de Terenos.